Hijdras – o terceiro sexo

Hoje vi um documentário no GNT sobre as hijdras da India. Mostrei a existencia delas na novela (Caminho das Indias), mas sem me aprofundar no tema fascinante.

Nem homens nem mulheres, como se diz por lá: o terceiro sexo! as hijdras são castradas no templo, em meio a uma cerimônia presidida por um sacerdote, num ritual bem primitivo mesmo. Os nascidos hemafroditas são geralmente entregues a elas.

Hijdras formam uma casta, tem templos, deuses próprios e o poder de abençoar ou amaldiçoar. Por isso são bem-vindas nos casamentos e batizados. Costumam invadir esses festejos em bandos, cantando, dançando, e depois pedindo dinheiro aos convidados. Negar é um perigo: maldição de hijdra pega! Sabe-se que elas tem sido usadas até por empresas estrangeiras para fazer cobranças: quem teria coragem de se negar a pagar o que uma hijdra cobra?

Entre os livros que eu trouxe da India, a respeito do assunto, um é muito especial: conta a história dolorosa de Mona Ahmed, uma das mais famosas hijdras de Delhi. O livro é composto pelos mails que ele escreveu para a fotógrafa Dayanita Singh, que durante 13 anos acompanhou sua vida, fotografando, através dele, o universo das hijdras. Ahmed estabeleceu com a fotógrafa um sólido laço de amizade e confiança, e o título do livro é retirado da maneira como assina esses mails: "myself, Mona Ahmed"

"Não somos homens tentando ser mulheres: somos o terceiro sexo" diz Ahmed em um desses mails, sobre a sua condição.

Ahmed estudou nos melhores colégios, nasceu de família rica, único menino entre muitas irmãs, o preferido do pai, aquele que deveria sucedê-lo à frente dos negócios.

Cedo descobriu que não se identificava com os meninos, e na adolescência, depois das turbulências familiares, provocadas pelo pela impossibilidade do pai de corrigir suas maneiras femininas, é expulso de casa e acaba juntando-se às hijdras.

Seu guru lhe entrega uma récem nascida órfã, e ele dedica-se a ela como verdadeira mãe. O livro é recheado de fotografias que registram as festas de aniversário de Ayesha, os momentos de vida em familia.

Alguns anos depois, o guru considera que o ambiente de Ahmed é prejudicial à menina e leva embora da Índia, nunca mais permitindo que ele a veja.

Ahmed fechou-se em luto: viveu seus últimos anos em absoluta solidão, morando num cemitério em New Delhi.

Cabe explicar a figura do guru: ele é o dirigente do grupo, o responsável pelo gerenciamento do dinheiro que arrecadam, o que dirige as cerimônias e os rituais de castr

7 Responses to Hijdras – o terceiro sexo

  1. Maurício Fuchs julho 6, 2010 at 9:38 pm #

    Quando vi no twitter que informaste que estava dando na GNT o documentário me interessei mas não pude ver, lamentei até. Depois olho novamente o twitter e tem essa pequena matéria que escreveste, muito legal mesmo. Tô sempre acompanhando o seu trabalho. Beijos.

  2. Thereza Lellis julho 7, 2010 at 6:59 am #

    Tambem vi o documentario e achei muito interessante. Gosto muito de documentarios e assisto sempre a gente aprende muitas coisas.

  3. Pedro Coelho julho 7, 2010 at 9:22 am #

    Ontem estava mudando de canais quando parei no GNT e pude assistir ao documentário..tão logo comecei a assistir logo me lembrei da novela, o que intrigou ainda mais a minha curiosidade sobre o assunto. Realmente Glória, mais uma vez tenho que parabenizá-la por abordar sobre diversos assuntos em suas novelas de uma forma tão profunda e amena.

  4. Namur julho 7, 2010 at 3:48 pm #

    Vier e deixa viver…

    Faça tudo o que quiseres e se prejudicar alaguem. Assuma o Karma.

    O modelo totalitário ocidental de uma só verdade, ciência, religião e Deus salvador. E terrível para quem nasceu, se tornou, pensa ou sente diferente.

    Nada existe de mais frágil do que uma criatura iludida a seu próprio respeito

  5. Joao Batista santos julho 7, 2010 at 8:57 pm #

    Sempre achei que o povo Indiano, era mais tolerante com os homossexuais, mas essa história ai, do Mona Ahmed, me faz perceber que não é bem assim…. Que Guru, hein?

    Hoje passou no GNT, o sufoco de ser homo em Jerusalém. Todos os gays brasileiros deveriam assistir esse documentário e reavaliar as suas causas. A parada gay aqui no Brasil se transformou em palanque de políticos oportunistas.

    Abraços!!!

  6. marta dezembro 20, 2010 at 6:18 pm #

    Joao Batista santos :

    Hijdras NÃO são homossexuais,mas sim um terceiro sexo,gays lá são “punidos” é bem “errado” lá!

  7. Nitha julho 12, 2012 at 1:25 pm #

    Acho que o Sargento Laci Marinho de Araujo,pode estar certo je1 que para realizar o dedvio Testamento militar previsto pelo artigo -1.893 e1 1.896 o militar tem que afirmar para outro militar para quem ele vai deixa os seus bens e neste momento corre o risco de ser preso pois ao canstatar que o militar e Gay o outro militar deve notificar o seu Comandante que o militar e um infrator da lei militar do artigo 235 do Codigo Penal Militar,para que isto acabe deve ser aprovado na Camara Federal o Projeto de Lei nb0 2.773/2000,que acaba com a prise3o e desqualifica como crime militar o Homossessualismo pois ser Gay e ainda ser um infrator e criminoso no meio militar no Brasil de hoje.Acho que a Comunidade Gay do Brasil deveria pedir a Senadora Marta Suplicy do PT/SP,que veja a possiblidade de aprovar rapidamente do PL-2.773/2000,para acabar com esta perseguie7e3o aos Gays das Fore7as Armadas do Brasil.

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