Muito interessante o artigo que Patricia Kogut comentou essa semana em sua página de O Globo: sala de escritores e escritores solos -onde floresce mais a criatividade?
O texto comenta um artigo de Debra Birnbaum (Revista Variety) sobre métodos de trabalho: o americano, que usa a sala de escritores, onde uma obra é composta a muitas mãos e o inglês, onde prevalece o escritor solo.
Nos EUA temos a figura do Producer, que é o escritor, o autor do projeto, o dono da história. Ele é o maestro, e se encarrega de dar unidade às ideias dos outros criadores, que devem incorporar seu estilo. Como em Criminal Minds, em Dexter, etc
Na Inglaterra, a unidade já está lá, porque o autor escreve sozinho. Como em Downton Abbey, True Detectives, etc
Sou adepta do estilo inglês, mas concordo com o que dizem, em síntese, Patricia e Debra: métodos são apenas maneiras de chegar lá. E encontra-se a confirmação disso em todas as formas de arte:
Flaubert levou anos para escrever Mme Bovary, uma obra prima. Dostoievsky levou meses para escrever algumas das suas obras primas, pressionado pela cobrança dos credores. Temos músicas inesquecíveis -compostas em grupo ou de autoria única. Janete Clair foi durante muito tempo a única autora do horário das 8, terminava uma novela enquanto começava outra. E dava conta.
A verdade é que os métodos acabam mesmo é na prateleira das curiosidades: o que fica e importa é o resultado!