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Curiosidades sobre Caminho das Indias

O sacerdote que vemos atrás da noiva é um importante físico nuclear do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais): Udaya B. Jayanthi deu aula em Universidades brasileiras, especialmente em SP, e tem artigos publicados na revista Nature.

Sendo um brâmane, o sr Jayanthi tem como dever de casta oficiar e orientar atos religiosos do hinduísmo. Fez isso em Caminho das Indias.

É interessante que, entre nós, quanto mais a pessoa se aprofunda na ciência, mais se afasta da idéia de Deus. Na Índia é o inverso!

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e o Complexo do Alemão???

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Foi ousado e oportuno trazer o Alemão como cenário principal de uma novela das 21 horas. E pela primeira vez, na história das telenovelas, uma garota favelada foi protagonista.

Vivíamos, então, o impacto da retomada daquela área submetida durante tantos anos ao poder paralelo do tráfico.

É claro que aqueles momentos históricos, quando as bandeiras do Brasil e do Rio de Janeiro foram fincadas no topo do morro, sinalizando o resgate da cidadania daquela população, não significaram o fim de uma caminhada, mas o primeiro passo.

Triste ler as noticias sobre os tiroteios e o retorno gradual dos traficantes. Vamos ficar atentos. Não podemos perder de novo o Alemão.

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Ainda o sonho americano

Travessia

Uma história real que me impressionou muito na pesquisa da novela América foi essa, vivida pela personagem da Bete Mendes. Consegui localizar, através de integrantes do grupo, o irmão da moça e ouvi, dele também, o relato da tragédia que viveram na travessia do deserto.

Os dois vinham de uma cidade pequena do interior de Minas e tentavam, juntos, o sonho americano. A moça foi picada por uma cobra, e não havia socorro possível: a picada era mortal e a agonia longa. Ficando ao lado dela, o grupo corria o risco de ser pego pela polícia da fronteira. Para não abandona-la agonizando sozinha,  optaram pelo tiro de misericórdia, e ela foi morta com uma bala na cabeça.

Quando encontrei o irmão ele se preparava para tentar mais uma vez...!

 
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América- o sonho americano

Na novela América falei sobre o sonho americano, essa idealização (universal)  dos Estados Unidos como a terra prometida, a nova Canãa, onde todos  encontrariam oportunidades infinitas.

Na época, já éramos o segundo país a tentar a entrada  no "paraíso" atravessando ilegalmente a fronteira mexicana. Estranhei que, ainda assim,  não se falasse disso por aqui. E quis contar a história desses brasileiros.

Visitei a fronteira, as prisões onde ficavam os ilegais pegos pela polícia, viajei no mesmo avião dos deportados -a maioria já tinha tentado outras vezes e não se mostrava disposta a desistir.

Conversei também com ilegais cubanos, que faziam a travessia em balsas muito frágeis -muitos dos ocupantes morriam no trajeto, doentes ou tragados pelas ondas das tempestades.

Na fronteira do México, alguns tentavam a travessia noturna pelo rio, enfrentando as balas da polícia, outros atravessando o deserto guiados por coyotes, e outros, ainda, imaginavam as maneiras mais bizarros de se camuflar. Na época, a embaixada americana me deu uma foto impressionante de uma garota malocada dentro do painel de um carro. Essa aqui:

Reproduzi a situação na novela, e foi dessa maneira que Sol (Deborah Secco) tentou atravessar a fronteira pela primeira vez Vejam outros disfarces descobertos pela polícia da fronteira: Mais detalhes no próximo post...
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Mais uma herança bonita de Salve Jorge:

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  • Hoje
  • Olá Glória, Só temos a te agradecer pela grande oportunidade que deu a nossa favela. Estamos desenvolvendo o nosso trabalhos com muitos mais resultados do que esperávamos, pois a novela fortaleceu o conceito de que pessoas são pessoas, não importa a condição social. Tivemos o privilégio de estar ao lado de grandes atores da televisão brasileira, de conhecer como são feitas as cenas de uma novela, e além disso ainda entramos para o roteiro turístico do Rio de Janeiro. Isso que importa! Oportunidades, Oportunidades e mais Oportunidades, para quem nunca nem sonhou e receber tantas como as que você nos proporcionou. A dona da "LAJE DO PERCOÇO" , a da LAJE das festa(Miro folia e festa da Aisha) no Alemão, o Bloco do Unidos do Complexo do Alemão, a laje da Dona Daluz onde a equipe colocava a câmera para a gravar as cenas do Percoço, e todas as outras pessoas que participaram direta ou indiretamente da novela, e que são moradores do Complexo do Alemão agora fazem parte da nossa rede de empreendedores que irão aumentar suas rendas com o turismo. Isso que queremos que você saiba, que trouxe uma semente que regaremos para continuar a gerar muitas oportunidades para nossos filhos e as próximas gerações! Obrigado de coração! Ass: Mariluce Souza e Cleber Araújo (Turismo no Alemão)
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Salve Jorge: mais repercussão lá fora

Agora o convite vem da Austria. Vejam: Prezada Gloria Perez,

Temos um trabalho focado na educação, cultura e integração social em assistencia a comunidade Brasileira em Viena, Austria. Temos o CIMIBE, Comitê Internacional de Apoio a Mulheres Brasileiras no Exterior.

A nossa prioridade é a mulher, e o combate contra a violência doméstica e turismo sexual. Venho acompanhando a novela Salve Jorge e sei que sua presença será muito importante diante da comunidade e autoridade austríaca, Brasileira presente na Austria.

Venho por meio desta formalizar o convite a sua pessoa para participar do painel de Gênero, proferindo palestra sobre o papel da novela Salve Jorge e contribuição social da mesma em prol de consciêntizar o Governo Brasileiro

Na certeza de contar com seu apoio. Queila Rosa
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O efeito Morena

Quando criei a sinopse de SALVE JORGE e fiz de MORENA sua protagonista, sabia que estava comprando uma polêmica e tanto, porque era a primeira vez, na história das novelas, que uma típica garota classe C, nascida e criada numa favela, com os valores e os hábitos de uma favela, protagonizava. E em horário nobre! Uma ousadia e tanto.

Por isso foi tão importante, para mim, a escolha da atriz que a representasse. E tão feliz a opção pela Nanda Costa. Nanda tinha uma carreira sólida no cinema, alguns prêmios de melhor atriz no Brasil e no exterior, e trazia ainda a vantagem de ser um tipo genuinamente brasileiro e rosto pouco conhecido do público de TV, já tão cansado das repetições que nos, autores, também gostaríamos de poder evitar.

MORENA não é uma garota do subúrbio, um tipo que todos já nos acostumamos a ver desde sempre em todas as novelas. Ela vem do morro. Cresceu no fogo cruzado da policia com os traficantes,aprendendo a viver sempre em guarda,se protegendo de balas que podiam chegar de qualquer lado. Cresceu na batida do funk, no território da sexualidade precoce. Filha de mãe adolescente, foi mãe adolescente também -teve seu filho aos 14 anos, com um namoradinho que conheceu no baile funk. "Filho do fervo", as meninas do Alemão resumiriam.

No seu mundo, tudo é luta. Ela está sempre alerta para se defender, seja da policia, seja dos bandidos, seja dos preconceitos do pessoal do asfalto,onde essas meninas são sempre discriminadas: olhadas com desconfiança e logo associadas a traficantes. Elas sabem disso, elas vivem isso no seu cotidiano. Então precisam de marra pra sobreviver. E não abaixam a cabeça. Enfrentam o preconceito sem se sentirem menores, conscientes de que nao tem culpa de terem nascido num pedaço da cidade que o Estado abandonou e deixou que o crime ocupasse.

Quem representa, em SALVE JORGE, o estranhamento que elas provocam quando convivem com outras classes sediadas no asfalto é dona Aurea, a mãe do capitão THEO. Ela gostaria de MORENA e enxergaria grandes qualidades nela, se  nossa personagem tivesse se mantido em seu quadrado. Mas Morena ultrapassou os limites do tolerável quando invadiu o espaço de dona AUREA, interferindo no namoro do capitão com uma moça "à sua altura".

Dona Aurea expressa esse preconceito velado, tão característico nosso: "mas com meu filho, não". Numa versão racista seria aquele célebre "tenho até amigos negros", e na homofóbica "tenho até amigos gays"

Tomara que Salve Jorge suscite nas pessoas essa reflexão: todos enxergam sempre com muita simpatia os moradores das favelas e o fato de que, hoje, tenham acesso a bens de consumo, possam fazer viagens e comprar os mesmos eletrodomésticos que a classe média pode comprar. Mas e quando eles derrubam os muros e chegam pra fazer parte da sua vida?

Essa é a questão que proponho discutir através da personagem MORENA

 
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