O que os borders querem?

borders

Nos meus trabalhos, quando retrato um  grupo, sempre pergunto a essas pessoas o que elas gostariam que os outros soubessem sobre elas. Foi assim com os dependentes químicos, os doentes mentais, os que tiveram o coração transplantado, as mães de desaparecidos, enfim… Foi assim agora também.

A Eilan, que tem o blog e um canal no youtube para compartilhar os problemas de ser border, respondeu assim:

Nossa! Essa é uma pergunta interessante. O que eu gostaria que as pessoas soubessem? Que a gente não faz as coisas que faz de propósito – quando temos crises de ciúme, quando manipulamos uma situação (sim, acontece…), quando temos crise de raiva… É como se o borderline fosse um óculos que usamos, sabe? Que faz com que não vejamos nenhuma outra alternativa a não ser chorar, gritar, se colocar como vítima da situação… Depois do tratamento, de tempo, conseguimos sim pensar um pouco mais logicamente, mas sem tratamento a vida se mostra sim nessas cores. Será que consegui me expressar bem?

Queria que soubessem que o border não gosta de ser sensível demais, de chorar uma hora e rir logo depois. Que não se corta pra chamar atenção. Que as cicatrizes são lembranças constantes de um descontrole momentâneo, mas que nos seguem para sempre (eu, por exemplo, terei que fazer um tratamento para tirar as marcas das minhas… a sorte é que crio gatos e que como as pessoas não estão familiarizadas com a auto mutilação, acham que eu estou só BEM arranhada por eles). Que o borderline é uma DOENÇA, que tem sim tratamento.

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12 Responses to O que os borders querem?

  1. Rodrigo Rocha 12 de junho de 2014 at 04:19 #

    A Lila Tournay, personagem da segunda temporada de Dexter parecia ter borderline

  2. Nurys Carela 12 de junho de 2014 at 04:30 #

    Doença mental é como qualquer outra doença física e não deve vitimar o paciente. Obrigada Borderline Girl

    Nurys from NYC

  3. Solange 12 de junho de 2014 at 04:42 #

    Um drama q gostaria que trabalhasse é filhos fora do casamento q tem osmesmos direito de filho igual do casamento e os pais negligência…o caso do goleiro Bruno, pode servir de espelho, namoram, promete céu e terra, mas quando surgi um filho, não querem responsabilidade.

  4. Pedro 12 de junho de 2014 at 05:12 #

    Gloria querida, que bom que vc ira tocar nesse tema, e que bom que tera a Debora Falabella (a melhor atriz da sua geração) como seu instrumento . Relacionar-se com indivíduo borderline e um fardo enorme! So nao e maior do que o fardo de ser borderline. Realmente, muitas vezes, são os próprios a maiores vitimas de sua natureza.

  5. Pedro 12 de junho de 2014 at 05:13 #

    *as maiores vitimas

  6. Artes Marga 12 de junho de 2014 at 10:53 #

    Se expressou muitíssimo bem. Será q sou uma borderline com controle sobre mim mesma? Existe? Alguém me explica? Alô Dra. Ana Beatriz!!!

  7. Eilan 12 de junho de 2014 at 15:27 #

    Queria só dizer que a Glória podia ter colocado uma foto melhorzinha minha… (risos)

    Brincadeiras a parte, agradeço muito por poder fazer parte disso e mais ainda por levar informação adiante. Só com o conhecimento podemos acabar com o estigma e ajudar as pessoas!

    beijos!

  8. admin 12 de junho de 2014 at 16:11 #

    Manda a foto que eu troco! :-)

  9. Priscila 14 de junho de 2014 at 20:22 #

    Por favor, não fantasiem de mais a vida dos Borders, mostrem como eles são de verdade! Sem exageros! A questão da auto mutilação é importantíssima, e não me lembro de ter sido retratada alguma vez em algum trabalho da Rede Globo, pelo menos, não nos mais recentes! … Adorei a iniciativa de colocar uma personagem com esse transtorno! Desejo que seja um sucesso e que transmita para as pessoas a realidade border, e não uma mera fantasia!

  10. Andrea 25 de junho de 2014 at 00:29 #

    Adorei saber que a série terá uma personagem border. São poucas as informações que temos sobre este distúrbio (ou síndrome, ou transtorno, ou sei lá a expressão correta).

    Convivo com uma pessoa assim e muitas vezes não sei como lidar com o problema. Será muito bom se a série mostrar também o ponto de vista das pessoas que convivem com borders e como elas podem agir no sentido de tornar esta convivência menos difícil para todos.

  11. Anielly 9 de julho de 2014 at 21:08 #

    A série nem estreou e já to amando a sua iniciativa. Namorei um Borderline,foi muuuuito difícil,sofri muito e ainda mais pq sou bipolar,mas amei intensamente aquele rapaz que vivia no limite de tudo. Enfim,acho legal você abordar,que eles,borders,não são pessoas ruins,más,como muitos pensam,e abordar que existe bons tratamentos que podem dar uma qualidade de vida bem melhor a essas pessoas especiais,e que por mais que seja difícil,eles podem ter suas histórias de amor com lindos momentos assim como todo mundo. Abraço

  12. Cy 21 de julho de 2014 at 17:30 #

    Acho que convivo com uma pessoa que tem borderline, ou pelo menos sintomas que se assemelham. Antes, eu achava que era um capricho dela, até que descubro que existe uma doença assim. Eu queria que você ressaltasse o border em todos os seus momentos. Que colocasse a forma como a familia e amigos lidam, os tratamentos e como eles levam isso, os momentos de recaídas também. Vai ser interessante ver todas essas cenas na pele da excelente Débora Falabella. O que me chamou atenção foi a automutilação, eu espero que seja abordado também.

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