Poirot e a “massa cinzenta”

Na galeria dos grandes detetives da literatura policial, o belga Hercule Poirot é um dos mais fascinantes.

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Criado por Agatha Christie, Poirot é um homenzinho elegante, excêntrico, meticuloso, cheio de maneirismos que fazem com que, num primeiro momento, a policia dos locais para onde é chamado, ria dele e desacredite de sua capacidade.

A recíproca é verdadeira: Poirot sente profundo desprezo pelos métodos convencionais de investigação, e define seus colegas policiais  como “cães de caça humanos”,  a seguir pistas, pegadas, impressões digitais, vestígios. O “grande Poirot” precisa apenas de sua massa cinzenta para resolver um caso. E faz isso sentado em sua poltrona.

Ao contrário de Sherlock Holmes, que parte da observação do local do crime para  fazer deduções, Poirot parte  de seu profundo conhecimento da psicologia humana. Por isso, ao invés de correr atrás das provas cientificas, prefere conversas longas e informais com os envolvidos no caso.

A solução do crime ele revela de  maneira sempre teatral e grandiosa: reunindo numa sala todos os suspeitos e envolvidos no caso, e em grandes viradas da narrativa, que nos faz suspeitar ora de um, ora de outro, vai desfiando toda a sua linha de raciocínio até a revelação  final.

Agatha Christie o matou num livro que deveria (e só foi)  publicado depois de sua morte: “Cai o Pano”.

E Hercule Poirot  teve a honra de ser a única personagem da literatura a ganhar obituário na primeira página do New York Times.

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2 Responses to Poirot e a “massa cinzenta”

  1. Eduardo Morales 4 de setembro de 2014 at 14:20 #

    Poirot é um dos mais fascinantes e inteligentes personagens já criados por um autor! Lembro que em várias vezes, eu parava a leitura quando ele chegava no ápice da ‘investigação’ … e tentava pensar por onde ia o raciocínio dele…eu ficava gelado !!! e lógico, errava sempre…rs! Isso que era gostoso …poder ser surpreendido em cada narrativa.
    Hoje, temos a escritora escocesa Val Mcdermid que dá conta do recado. Ela criou uma série de livros protagonizados por Tony Hill & Carol Jordan …e que nos leva a viajar pelos meandros da psicologia humana. Deixo a dica de leitura de ‘O Canto das Sereias’…surpreendente e assustador…:-)

  2. John Cegan 5 de setembro de 2014 at 03:35 #

    Glória, você me motivou a escrever sobre minhas experiencias (usando um pseudônimo claro), e acho que isto pode te ajudar com sua pesquisa para Dupla Identidade. Se tiver algum interesse em acompanhar meu “trabalho”, basta seguir o link, abraços.
    http://nofeelingsjustthoughts.blogspot.com.br

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