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Poirot e a “massa cinzenta”

Na galeria dos grandes detetives da literatura policial, o belga Hercule Poirot é um dos mais fascinantes.

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Criado por Agatha Christie, Poirot é um homenzinho elegante, excêntrico, meticuloso, cheio de maneirismos que fazem com que, num primeiro momento, a policia dos locais para onde é chamado, ria dele e desacredite de sua capacidade.

A recíproca é verdadeira: Poirot sente profundo desprezo pelos métodos convencionais de investigação, e define seus colegas policiais  como “cães de caça humanos”,  a seguir pistas, pegadas, impressões digitais, vestígios. O “grande Poirot” precisa apenas de sua massa cinzenta para resolver um caso. E faz isso sentado em sua poltrona.

Ao contrário de Sherlock Holmes, que parte da observação do local do crime para  fazer deduções, Poirot parte  de seu profundo conhecimento da psicologia humana. Por isso, ao invés de correr atrás das provas cientificas, prefere conversas longas e informais com os envolvidos no caso.

A solução do crime ele revela de  maneira sempre teatral e grandiosa: reunindo numa sala todos os suspeitos e envolvidos no caso, e em grandes viradas da narrativa, que nos faz suspeitar ora de um, ora de outro, vai desfiando toda a sua linha de raciocínio até a revelação  final.

Agatha Christie o matou num livro que deveria (e só foi)  publicado depois de sua morte: “Cai o Pano”.

E Hercule Poirot  teve a honra de ser a única personagem da literatura a ganhar obituário na primeira página do New York Times.

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Serial lover

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Nos já falamos sobre a atração que serial killers despertam: difícil de acreditar, mas muita gente aspira -e não raro consegue- se casar com eles, mesmo já condenados à perpétua ou à morte.

Agora é Charles Manson, considerado um dos serial killers mais perigosos de todos os tempos, até mesmo porque não matou ninguém diretamente (que se tenha comprovado). Fez mais que isso: armou a mão de uma garotada que matou por ele, sob as ordens dele. Como essas três da foto abaixo:

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Aqui no Brasil, com certeza, Manson nem estaria preso, mas nos EUA a conversa é diferente: foi condenado à morte. Posteriormente, mudanças nas leis penais comutaram a pena em prisão perpétua. E de lá, pasme: continua a cultivar uma legião de admiradores em todo o mundo, e agora conquistou uma noiva: vai se casar.

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Essa mocinha está noiva de Manson. Ela é Afton Burton, conhecida como Star, e tem só 26 anos. Não era nem nascida quando, nos idos dos anos 60, Manson promoveu a noite de terror que vitimou Sharon Tate, esposa de Roman Polanski e grávida do primeiro filho do casal.

Star está “louca de amor” pelo serial killer. Impressionada com suas histórias, começou a se corresponder com ele. E aos 19 anos, jogou a vida que tinha pro alto e se mudou para as proximidades da cadeia, de modo a ficar mais perto do amado. Alimenta um blog de apoio a ele na internet.

Em entrevista à CNN, Star justificou a escolha:

O Charlie é tudo o que é ar, árvores, água, animais (…) Estou completamente com ele, ele está completamente comigo. Foi para isto que nasci

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Um show de manipulação!

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Essa capacidade de enrolar o outro, observada na vida real,  tem sido material para a criação dos psicopatas da ficção: Dexter, Hannibal, Norman Bates (de Psicose), e tantos outros. Todos eles perfeitamente encaixados no mundo social, e tidos como acima de qualquer suspeita.

Você sabia que Chico Estrela, o maníaco do parque, era um simpático instrutor de patins? muito querido pelas crianças? pois é…

Gilmar Rodrigues , autor do livro Loucas de Amor, conta a história que ouviu do delegado que o prendeu. É um exemplo perfeito do poder de manipulação de um psicopata:

Pouco dias depois de ser preso, uma vítima sobrevivente dos ataques de Francisco pediu para vê-lo. Karina conheceu Chico Estrela no Parque do Ibirapuera, onde ambos patinavam. Convidada a ir a um  “suposto novo ringue de patinação”, no Parque do Estado, foi atacada, mas conseguiu fugir. Ela queria cobrar explicações sobre  que havia lhe acontecido.

O delegado Sergio Alves consultou o preso pra ver se ele concordava em vê-la. Chico fumava um cigarro. Sua expressão era de uma indiferença superior, arrogante, nem se importava com um grupo de pessoas que, fora do prédio, gritava “lincha”, “lincha”, “mata”! Ele concordou em ver a moça, pediu apenas para terminar de fumar.

Rodeada de policiais, para lhe garantir segurança, Karina entrou na cela. Nessa hora Chico apagou o cigarro e se voltou em direção a ela, mas não a encarou. Manteve os olhos fixos no chão, como se pesassem. Nesse momento, o delegado notou uma transformação surpreendente em Francisco. A postura arrogante cedera lugar à humildade. Era uma transformação física, até. De um homem forte e grande, ele parecia diminuir, encolher e se transformar numa criatura fraca e indefesa. Quando seus olhos levantaram e encararam sua vítima, ele tinha no rosto um olhar de abandono, de inocência. Karina olhou firme nos olhos dele:

-bonito o que você fez, hem Chico?!

-Nao, nao fui eu! não foi o Chico que você conhece!

Sem mostrar a menor hesitação, ele continuou no papel de vítima, dizendo que uma força incontrolável, independente da sua vontade, se apossava dele durante os crimes. Aquele corpo que estava ali, na frente dela, fora vítima de uma outra personalidade que o dominara -essa sim, maléfica e cruel.

Hábil em lidar com sentimentos e manipular pessoas, ele começou a esmorecer a indignação de Karina. Fragilizada emocionalmente e muito nervosa, a moça aos poucos passou do ódio à compaixão. Os olhos de sofrimento dele lhe causaram a impressão de que agora ele era um desgraçado que passaria o resto dos seus dias na cadeia. E ela sentiu pena. Não importava mais o que ele havia feito. Karina foi amolecendo, foi sendo tomada de sentimentos “bons”por ele.

O sedutor instintivo e quase irresistível a atacou e seduziu mais uma vez, queria agora o seu perdão. Os olhos de Karina se encheram de lágrimas. Ele também começou a chorar. E, aos prantos, os dois se abraçaram.

Em volta deles, os agentes observavam tudo de boca aberta!

(extraído do livro Loucas de Amor, de Gilmar Rodrigues)

 

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Penalidade máxima

No Brasil crimes de morte vão a júri popular. Nos EUA há uma maneira de evitar o júri e, consequentemente, a pena de morte: a confissão.

Muitos serial killers aceitam esse acordo: confessam o que a policia já sabe, e trocam a pena de morte pela prisão perpetua.

Dennis Rader fez essa opção. E diz no tribunal:

Foi condenado a 10 prisoes perpetuas consecutivas. E sendo extremamente vaidoso, a ponto de manter contato com a imprensa para divulgar seus crimes, enquanto os cometia sob o pseudônimo de BTK, o juiz acrescentou um castigo extra à sentença: ele estará, para sempre, proibido de ler ou ver qualquer noticiário a seu respeito.

Ted Bundy preferiu arriscar e enfrentar o juri, confiante em sua habilidade como advogado e na simpatia  da opinião pública, que o acreditava inocente.

E apesar do comovente apelo de sua mãe ao tribunal que o julgou…


o juiz deu a sentença:

o crime praticado foi violento, ignóbil e atroz, e em conseqüência, em data conveniente, você será morto, através de uma corrente elétrica suficiente para provocar sua morte, e que essa corrente elétrica continue a passar pelo seu corpo, até que esteja morto.

Depois de ler o veredicto, o juiz elogiou a performance de Bundy no tribunal, lamentando o desperdicio de vida que se via ali:

você é um jovem inteligente, seria um excelente advogado, eu teria gostado muito de vê-lo advogando comigo. Mas você escolheu outro caminho:

Assista esse momento:

Se você quer ver os documentários completos de onde foram retirados esses trechos, aí vão os links:

sentença de Bundy:  Les Grands affaires Criminalles

o apelo da mãe de Bundy

BTK no tribunal,

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Ligações perigosas

O que acontece quando um psicopata, viciado em manipulação, controle e poder, encontra uma mulher com baixa estima e personalidade fluida? dessas que só conseguem construir uma identidade través de um vínculo afetivo?

Os psicopatas tem “faro”para detectar pessoas vulneráveis: são as vítimas perfeitas!   casal

Vejam o que diz a Naty (bordergirl) sobre essa dependência afetiva:

“É muito louco você olhar pra trás no seu passado e perceber que em todos os momentos marcantes de sua vida você esteve ligada a alguém em especial. Amo como suicídio, já falei. Porém não é a morte física a qual estou me referindo, é a morte do “eu”. A cada vida, a cada grupo, eu agradecia aos Deuses simplesmente por ser aceita em seu círculo. O que eu teria para acrescentar? Acho que pelo menos dei a sorte de encontrar anjos pelo caminho. Lembro-me de um Natal em que passei com a família de Renato e meu outro melhor amigo, Leandro, acabou aparecendo por lá. Ficamos os 3 no quarto, eu deitada no colo de Leandro, a gente bebendo e combinando uma saída que nunca aconteceu. Éramos os 3 sozinhos ali e eu saboreava o momento de me sentir digna de estar perto deles. Hoje eu enxergo que ambos foram meus ‘namorados’ quando eu passava meus períodos solteira. De certa forma eu não estava sozinha e se eu tentasse fazer tudo direitinho, não seria abandonada.”

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Predadores

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Esse é Edu. O serial killer de Dupla Identidade

O doce e o inofensivo nele é a máscara que construiu para poder se encaixar e conviver entre nos. Sua natureza é a do predador.

Vamos escutar Martha Stout, psicóloga americana, autora de  ” Thee sociopath next the door”

O charme -embora a relação possa parecer absurda- é uma característica básica da psicopatia (…) o charme do psicopata se assemelha ao carisma de outros mamíferos predadores. Observamos os grandes felinos, por exemplo, e ficamos fascinados com seus movimentos, sua independência, seu poder. Mas o olhar direto de um leopardo, no lugar errado e na hora errada, é inescapável e paralisaste, e o charme fascinante do predador costuma ser a última coisa que a presa vivencia…

A maioria de nos entende que em vez de categorias absolutas, existem gradações para o bem e o mal. Sabemos que não existem pessoas 100% boas, e por isso deduzimos que não existem pessoas 100% más. (…) É provável que não existam pessoas totalmente boas nem totalmente más. No entanto, em nível psicológico, sem dúvida alguns indivíduos possuem um senso de obrigação baseado em vínculos emocionais, e outros não. (…) Infelizmente, nossa dificuldade para entender a magnitude dessa diferença nos põe em perigo. 

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O Tema

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Ela é a policial e psicóloga forense dedicada a desvendar a mente de um serial killer.

Nosso projeto é trazer para a TV aberta um gênero até então restrito à TV fechada -o policial de suspense e suas personagens tradicionais: o serial killer e o caçador de mentes!

seriais killers2 Seriais Killers da vida real tem sido a inspiração de todas as séries do gênero seriados2 E de muitos filmes inesquecíveis: Gein kuerten
Vem aí: Dupla identidade

 

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Serial Fashion

Dexter, o mais famoso serial killer das série de TV tem sua marca:

dexter

Mas e os serial killers da vida real?

Acredite: eles inspiram  bizarrices no mundo fashion!

Vá entender! painel fashion

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Curiosidade

Robert Ressler

Ainda que matadores em série  tenham existido desde que o mundo é mundo, o termo serial killer foi cunhado na década 70 pelo criminólogo  Robert Ressler, diretor da Unidade de Ciência do comportamento do FBI e especialista em profiles criminais.

Ressler conta que os crimes repetidos desses indivíduos lembraram a ele as séries de TV que assistia quando criança, e por isso usou a expressão “serial” para designa-los.

Ele buscou entender o funcionamento da mente criminosa entrevistando dezenas de serial killers, escreveu muito sobre o assunto, e prestou consultoria aos autores de: O Dragão Vermelho, O silencio dos Inocentes e Hannibal.

Aqui está ele ao lado de Hannibal Lecter (Anthony Hopkins) de O Silencio dos Inocentes:

Ressler e Hannibal

Se você está curioso para saber o que ele conversou com os serial killers, leia aqui:

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