Elementar, meu caro Watson

Se o profiler criminal é uma profissão moderna, os “caçadores de mentes” vêm de muito mais longe: eles surgem na literatura policial. São os detetives que antecedem e inspiram os “caçadores de mentes” das séries e filmes que assistimos hoje.

Vamos lembra-los? pra começar, a inesquecível personagem de Sir Arthur Conan Doyle – Sherlock Holmes.

Sherlock Holmes

Sherlock Holmes

Sherlock Holmes resolvia os casos que lhe caíam nas mãos através do método analítico dedutivo. Combinando observação,  dedução e  conhecimento.

Para que pudéssemos seguir a trilha de seu raciocínio na solução dos enigmas, tinha como companheiro um ser bastante comum -Watson- que como a maioria das pessoas, dizia Sherlock, olha mas não vê.  

As coisas aparentemente insignificantes são as mais importantes. Meu método é baseado na observação das pequenas coisas (Sherlock Holmes) 

Sherlock acendia o cachimbo e afundava em sua poltrona, enquanto refletia sobre o conjunto de pequenas coisas que tinha observado,  e durante horas,  noites a fio, formulava hipóteses, comparava hipóteses, até chegar à solução correta:

Tenho o costume de nunca ter qualquer pré conceito, e seguir naturalmente para onde os fatos me levem (O Enigma de Reigate)

O caso pode parecer apontar diretamente para uma única direção, mas se você mudar um pouco seu ponto de vista, é possível que descubra um angulo totalmente diferente (O Mistério do Vale Boscombe)

Quando elimina-se o impossível, o que resta, por mais improvável que pareça, tem que ser a verdade (O Signo dos Quatro)

E terminamos o post com uma observação de Sherlock, verdadeira e utilíssima para todos nos:

Para mim, o cérebro humano, em sua origem, é como um sótão vazio que você pode encher com os móveis que quiser. Um tolo vai entulhá-lo com todo tipo de coisa que for encontrando pelo caminho, de tal forma que o conhecimento que poderia ser-lhe útil ficará soterrado ou, na melhor das hipóteses, tão misturado a outras coisas que não conseguirá encontra-lo quando necessitar dele. O especialista, ao contrário, é muito cuidadoso com aquilo que coloca em seu sótão cerebral. Guardará apenas as ferramentas de que necessita para seu trabalho, mas dessas terá um grande sortimento mantido na mais perfeita ordem. É um engano pensar que o quartinho tem paredes elásticas que podem ser estendidas à vontade. Chega a hora em que, a cada acréscimo de conhecimento, você esquece algo que já sabia. É da maior importância, portanto, evitar que informações inúteis ocupem o lugar daquelas que têm utilidade.

(O Estudo em Vermelho)

Os apaixonados por Sherlock Holmes vão gostar:

The Sherlock Holmes Museum
Visita ao Sherlock Holmes Museum

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4 Responses to Elementar, meu caro Watson

  1. Orrico Delgado 3 de setembro de 2014 at 19:29 #

    Muito bom o texto, as pessoas, na grande maioria, tem preguiça de pensar. O óbvio é o mais fácil.
    Esses caçadores de mente tem que ter muita cautela ao desvendar um caso, ainda mais de um psicopata que, praticamente, tem que se transformar em um deles para entender o seu raciocínio.

  2. Eduardo Morales 4 de setembro de 2014 at 14:40 #

    Sherlock deveria ser aula ‘básica’ para qualquer curso de criminologia. A evolução de sua perspicácia nas investigações …faz com que pensamos se os métodos utilizados hoje nos casos em andamento são realmente corretos!
    A transposição para o cinema, nos dois filmes protagonizados por Robert Downey Jr. e seu fiel assistente dr. Watson -Jude Law…revela toda essa atmosfera mágica e misteriosa das grandes investigações.
    A série ‘Elementary’…que foi transportada para o tempo presente e que se passa em Nova Iorque…é uma das mais inteligentes adaptações da atualidade. E de quebra, temos um Watson transformado em mulher, interpretada pela incrível Lucy Liu. :-)

  3. admin 4 de setembro de 2014 at 15:37 #

    Ele aqui: O Canto das Sereias

  4. Maria Angelica 4 de setembro de 2014 at 17:49 #

    Sherlock foi o primeiro (talvez) a fazer uma análise comportamental do assassino, levando em conta, como diz o texto, o todo, observando os pequenos detalhes, a mente de quem analisa é privilegiada, afinal, mesmo com todos os recursos atuais, fotos, impressões, os detalhes humanamente imperceptíveis é que fazem a grande diferença.

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