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Serial talent

Unterweger

O austríaco Johann Unterweger usava como arma o sutiã. Sim, era com o sutiã que ele estrangulava suas vítimas.

Preso e condenado à prisão perpétua, Unterweger começou a escrever na prisão: tinha talento. E muito.  Seus poemas, contos e peças de teatro sensibilizaram a elite literária de Viena, artistas, jornalistas e politicos, que iniciaram uma grande campanha para libertá-lo, dar a ele uma segunda chance: Unterweger foi solto.

Sua vida deu uma virada incrível:  de condenado, tornou-se apresentador de um programa de TV, participante ativo de debates sobre recuperação de presos, escreveu uma biografia que foi  divulgada nas escolas, suas peças foram encenadas.

Mas nao se anime: se é verdade que muitos presidiários são recuperáveis, a natureza de uma pessoa nunca é. Como dizia Maria, a ceguinha do belo documentário  de Roberto Berliner: a pessoa é para o que nasce

Enquanto vivia sua segunda chance, Unterweger matou mais 11. Foi condenado de novo e dessa vez seu talento literário não comoveu  ninguém!

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Um show de manipulação!

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Essa capacidade de enrolar o outro, observada na vida real,  tem sido material para a criação dos psicopatas da ficção: Dexter, Hannibal, Norman Bates (de Psicose), e tantos outros. Todos eles perfeitamente encaixados no mundo social, e tidos como acima de qualquer suspeita.

Você sabia que Chico Estrela, o maníaco do parque, era um simpático instrutor de patins? muito querido pelas crianças? pois é…

Gilmar Rodrigues , autor do livro Loucas de Amor, conta a história que ouviu do delegado que o prendeu. É um exemplo perfeito do poder de manipulação de um psicopata:

Pouco dias depois de ser preso, uma vítima sobrevivente dos ataques de Francisco pediu para vê-lo. Karina conheceu Chico Estrela no Parque do Ibirapuera, onde ambos patinavam. Convidada a ir a um  “suposto novo ringue de patinação”, no Parque do Estado, foi atacada, mas conseguiu fugir. Ela queria cobrar explicações sobre  que havia lhe acontecido.

O delegado Sergio Alves consultou o preso pra ver se ele concordava em vê-la. Chico fumava um cigarro. Sua expressão era de uma indiferença superior, arrogante, nem se importava com um grupo de pessoas que, fora do prédio, gritava “lincha”, “lincha”, “mata”! Ele concordou em ver a moça, pediu apenas para terminar de fumar.

Rodeada de policiais, para lhe garantir segurança, Karina entrou na cela. Nessa hora Chico apagou o cigarro e se voltou em direção a ela, mas não a encarou. Manteve os olhos fixos no chão, como se pesassem. Nesse momento, o delegado notou uma transformação surpreendente em Francisco. A postura arrogante cedera lugar à humildade. Era uma transformação física, até. De um homem forte e grande, ele parecia diminuir, encolher e se transformar numa criatura fraca e indefesa. Quando seus olhos levantaram e encararam sua vítima, ele tinha no rosto um olhar de abandono, de inocência. Karina olhou firme nos olhos dele:

-bonito o que você fez, hem Chico?!

-Nao, nao fui eu! não foi o Chico que você conhece!

Sem mostrar a menor hesitação, ele continuou no papel de vítima, dizendo que uma força incontrolável, independente da sua vontade, se apossava dele durante os crimes. Aquele corpo que estava ali, na frente dela, fora vítima de uma outra personalidade que o dominara -essa sim, maléfica e cruel.

Hábil em lidar com sentimentos e manipular pessoas, ele começou a esmorecer a indignação de Karina. Fragilizada emocionalmente e muito nervosa, a moça aos poucos passou do ódio à compaixão. Os olhos de sofrimento dele lhe causaram a impressão de que agora ele era um desgraçado que passaria o resto dos seus dias na cadeia. E ela sentiu pena. Não importava mais o que ele havia feito. Karina foi amolecendo, foi sendo tomada de sentimentos “bons”por ele.

O sedutor instintivo e quase irresistível a atacou e seduziu mais uma vez, queria agora o seu perdão. Os olhos de Karina se encheram de lágrimas. Ele também começou a chorar. E, aos prantos, os dois se abraçaram.

Em volta deles, os agentes observavam tudo de boca aberta!

(extraído do livro Loucas de Amor, de Gilmar Rodrigues)

 

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Penalidade máxima

No Brasil crimes de morte vão a júri popular. Nos EUA há uma maneira de evitar o júri e, consequentemente, a pena de morte: a confissão.

Muitos serial killers aceitam esse acordo: confessam o que a policia já sabe, e trocam a pena de morte pela prisão perpetua.

Dennis Rader fez essa opção. E diz no tribunal:

Foi condenado a 10 prisoes perpetuas consecutivas. E sendo extremamente vaidoso, a ponto de manter contato com a imprensa para divulgar seus crimes, enquanto os cometia sob o pseudônimo de BTK, o juiz acrescentou um castigo extra à sentença: ele estará, para sempre, proibido de ler ou ver qualquer noticiário a seu respeito.

Ted Bundy preferiu arriscar e enfrentar o juri, confiante em sua habilidade como advogado e na simpatia  da opinião pública, que o acreditava inocente.

E apesar do comovente apelo de sua mãe ao tribunal que o julgou…


o juiz deu a sentença:

o crime praticado foi violento, ignóbil e atroz, e em conseqüência, em data conveniente, você será morto, através de uma corrente elétrica suficiente para provocar sua morte, e que essa corrente elétrica continue a passar pelo seu corpo, até que esteja morto.

Depois de ler o veredicto, o juiz elogiou a performance de Bundy no tribunal, lamentando o desperdicio de vida que se via ali:

você é um jovem inteligente, seria um excelente advogado, eu teria gostado muito de vê-lo advogando comigo. Mas você escolheu outro caminho:

Assista esse momento:

Se você quer ver os documentários completos de onde foram retirados esses trechos, aí vão os links:

sentença de Bundy:  Les Grands affaires Criminalles

o apelo da mãe de Bundy

BTK no tribunal,

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Predadores

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Esse é Edu. O serial killer de Dupla Identidade

O doce e o inofensivo nele é a máscara que construiu para poder se encaixar e conviver entre nos. Sua natureza é a do predador.

Vamos escutar Martha Stout, psicóloga americana, autora de  ” Thee sociopath next the door”

O charme -embora a relação possa parecer absurda- é uma característica básica da psicopatia (…) o charme do psicopata se assemelha ao carisma de outros mamíferos predadores. Observamos os grandes felinos, por exemplo, e ficamos fascinados com seus movimentos, sua independência, seu poder. Mas o olhar direto de um leopardo, no lugar errado e na hora errada, é inescapável e paralisaste, e o charme fascinante do predador costuma ser a última coisa que a presa vivencia…

A maioria de nos entende que em vez de categorias absolutas, existem gradações para o bem e o mal. Sabemos que não existem pessoas 100% boas, e por isso deduzimos que não existem pessoas 100% más. (…) É provável que não existam pessoas totalmente boas nem totalmente más. No entanto, em nível psicológico, sem dúvida alguns indivíduos possuem um senso de obrigação baseado em vínculos emocionais, e outros não. (…) Infelizmente, nossa dificuldade para entender a magnitude dessa diferença nos põe em perigo. 

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verdade ou mentira?

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Será que o polígrafo (detector de mentiras) é mesmo tão eficiente assim?

Ele é basicamente uma combinação de aparelhos médicos utilizados para monitorar alterações fisiológicas: ritmo cardíaco, respiração, pressão arterial, suor nos dedos.

O principio é o de que a pessoa, quando mente, experimenta um certo grau de ansiedade que se traduz em variação significativa desses índices.

Aos psicopatas não se aplica. Eles passam tranquilamente por qualquer detector. Não vamos esquecer que são mestres na arte de mentir.

Melhor exemplo é o do serial killer Gary Ridgway: fez 48 vítimas e foi descartado como suspeito pelo FBI depois de aprovado pelo polígrafo.

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Eles moram ao lado…

  A vantagem do rato sobre as vítimas do psicopata é que ele sempre sabe quem é o gato!

                                    Robert Hare (psiquiatra)

 

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Esse é John Gacy, o palhaço assassino. Empresário bem sucedido, ativo na política, costumava se vestir de palhaço para distrair as crianças. Serial killer dos mais cruéis.

Nessa foto, sete meses antes de ser preso, ele posa ao lado da então primeira dama dos EUA, Rosalyn Carter:

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Uma lógica muito própria

Ele é Richard Ramirez, serial killer que ficou conhecido como the night stalker.

Não acredito que Ramirez tenha lido Dostoievsky, mas ele usa a mesma lógica do Raskolnikov de “Crime e Castigo” para justificar seus crimes:

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Ramirez

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Um vício muito perigoso

O vício do serial killer é muito parecido com o vício de alguém que usa drogas. Eles tem fissuras. Não é porque brigaram com alguém, não é porque lembraram de algum trauma de infância: é tão simples que aterroriza

                             Helen Morrison – psiquiatra forense

Alguns deles estão aqui. Gente comum, com emprego fixo, amigos, relações afetivas. E até serem pegos, ninguém nunca desconfiou que fossem viciados em matar!

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Eles constroem uma máscara social, uma espécie de DUPLA IDENTIDADE, que os permite matar dezenas de pessoas durante muitos e muitos anos sem despertar suspeitas nem dentro de casa.

Vejam o que diz Ted Bundy, um dos mais cruéis serial killers dos EUA, em entrevista horas antes de enfrentar a cadeira elétrica:

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                        Assustador, não é?

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