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Borderline: mais um belo depoimento

Tenho recebido muitos depoimentos de portadores desse transtorno. Tocar nesse assunto, mesmo que de maneira tão superficial, como numa série policial, me dá a medida do quanto as pessoas que vivem o problema necessitam falar e serem compreendidas.

E aqui transcrevo, para vocês, um desses depoimentos. Mantenho o anonimato da remetente e retiro o que ela compartilhou comigo de mais íntimo

border DEPOIMENTO

Sou  X, tenho 29 anos, dois filhos e sou borderline. Minha relação com transtornos de personalidade começou quando eu tinha 11 anos e passei 3 meses sem conseguir sair de casa, por conta de síndrome do pânico. Passei a adolescência convivendo com esses picos de ansiedade, medo, angústia e depressão, e com o início da vida sexual/amorosa, esse quadro foi se agravando até que houvesse o diagnóstico, quando eu já tinha 21 anos, do transtorno de personalidade limítrofe – borderline.

Aos 16 anos comecei a ter crises mais agudas de pânico e depressão, chegando a tomar medicamentos por algumas vezes. Com o final do meu primeiro relacionamento duradouro, a situação se agravou, fiquei em um estado bem ruim, chegando a ficar sem comer por quase 5 dias. Ao que fui lida como uma adolescente sensível/mimada/deprimida/problemática. Na medida em que meus relacionamentos foram se tornando mais sérios, as crises decorrentes dos términos eram cada vez mais histriônicas.

Aos 20 anos casei e em seguida me separei. O relacionamento foi permeado de violências, mas ainda assim o “abandono” foi cruel. e passei pela minha primeira tentativa de suicídio.

A maternidade, apensar de complexa, me deu esteio. Porém ao engravidar do meu segundo filho, as crises voltaram. passei uma gestação muito ruim, e hoje sigo a base de medicamento e terapia.

Para mim alguns fatores são bem expressivos desta doença:

– a capacidade que o borderline tem de seguir a vida apesar de tamanha crise interior. Sou uma pessoa altamente funcional, empreendedora, proativa e ouso dizer bastante inteligente. mas meu outro lado é bem denso, as crises são permeadas por abuso de bebidas, auto flagelo, uso de palavras horríveis e ações extremamente violentas em direção àqueles que são os objetos do “desejo”;

– a incapacidade de impedir uma crise: eu acho o nome ‘limítrofe’ muito importante. antes de eu ser diagnosticada, sempre dizia que era como se eu visse diante de mim uma linha, e eu sabia que se eu a atravessasse não teria volta. seriam horas de dor, transtorno, violência e muitos machucados e choros. e eu simplesmente não sabia/não sei como evitar atravessar essa linha

– não conheço outros borders, mas eu me relaciono de forma compulsiva com as coisas. os objetos são diferentes, mas a compulsividade permanece. seja pela bebida, pela comida, pelo sexo ou por, e essencialemente, uma pessoa. não é tudo ao mesmo tempo, são fases alternadas.

– meu cabelo é um termômetro para mim. quanto mais curto, maior a crise. já cheguei a passar gilete duas vezes na cabeça.

– do mesmo jeito que a crise vem, ela vai embora. não sei bem como. normalmente dormir ajuda bastante. e ter alguém que simplesmente nos acolha em silêncio, inclusive fisicamente, tb pode ajudar. apesar de que é quase impossível acolher um border, pois sempre vamos descontar justamente na pessoa mais próxima, e sempre teremos a palavra exata para causar a maior dor de todas naquela pessoa. é um ciclo vicioso de busca pela provação do amor incondicional.

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Convivendo com um border

Se o transtorno de personalidade borderline é complicado para quem o vive, também não é nada simples conviver com ele.

Nossa amiga bordergirl, desde que resolveu compartilhar na rede a maneira como vem enfrentando esse problema, de tanto receber perguntas de maridos, esposas, familiares e amigos de pessoas borderlines,  fez um video com algumas dicas de como tornar mais amena essa convivência.

E você pode deixar aqui a sua sugestão para novos videos. Bordergirl está mais que disposta a contribuir para a melhor compreensão do assunto.

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Serial talent

Unterweger

O austríaco Johann Unterweger usava como arma o sutiã. Sim, era com o sutiã que ele estrangulava suas vítimas.

Preso e condenado à prisão perpétua, Unterweger começou a escrever na prisão: tinha talento. E muito.  Seus poemas, contos e peças de teatro sensibilizaram a elite literária de Viena, artistas, jornalistas e politicos, que iniciaram uma grande campanha para libertá-lo, dar a ele uma segunda chance: Unterweger foi solto.

Sua vida deu uma virada incrível:  de condenado, tornou-se apresentador de um programa de TV, participante ativo de debates sobre recuperação de presos, escreveu uma biografia que foi  divulgada nas escolas, suas peças foram encenadas.

Mas nao se anime: se é verdade que muitos presidiários são recuperáveis, a natureza de uma pessoa nunca é. Como dizia Maria, a ceguinha do belo documentário  de Roberto Berliner: a pessoa é para o que nasce

Enquanto vivia sua segunda chance, Unterweger matou mais 11. Foi condenado de novo e dessa vez seu talento literário não comoveu  ninguém!

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Serial date

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Esse é o Rodney Alcala, serial killer que tocou o terror na California,  e agora está no corredor da morte.  Os policiais que o prenderam o comparam a Ted Bundy: “uma máquina de matar!”

Pra vocês verem o quanto os psicopatas sentem prazer em  manipular, no meio da sua onda de crimes ele se inscreveu num programa de televisão: o Dating Game, uma espécie de Namoro na TV.

E pasmem: saiu vencedor!

A moça que o escolheu tinha um anjo da guarda que não brincou em serviço:  acabou não saindo com ele! Escapou por muito pouco de ser a próxima vitima!

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Quem foi o primeiro serial killer?

Não era um homem, era uma mulher:

Locusta

 Locusta, a envenenadora que viveu em Roma, no primeiro século depois de Cristo, foi a primeira serial killer publicamente reconhecida como tal.

Sabia tudo sobre venenos, e tinha clientela vip, incluindo Messalina, que recorreu a ela para  livrar-se de um amante incômodo.  Mas Locusta começou mesmo a se tornar poderosa quando Agripina encomendou a ela a morte do marido, o Imperador Claudio. Locusta preparou os cogumelos fatais, e foi assim que o filho de Agripina, Nero, substituiu o tio como imperador. Sim,  Nero, aquele mesmo que mandou incendiar Roma.

Nero recorreu a ela para afastar outra ameaça a seu reinado: o filho de Claudio, Britanicus, que por direito devia herdar o titulo do pai. Locusta  envenenou Britanicus e Nero pode reinar sem contestação.

Depois do feito, passou a ter muitas regalias. Ganhou imunidade, terras e até discípulos. Contam os historiadores da Roma antiga que testava a eficiência dos seus venenos em animais e escravos.

E assim viveu até o suicídio de Nero, quando foi presa e condenada a uma morte espetaculosa :  estuprada em praça publica por uma girafa treinada pra isso, e jogada ainda viva para ser dilacerada pelos animais.

 

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Serial Quiz

Olhem que contribuição bacana nos manda o Eduardo Moralles, jornalista de SP, com pós graduação em Ciências Forenses: um teste que ele guardou dos tempos da faculdade, para medir o quanto você sabe sobre os serial killers que  conhece dos filmes e séries de TV.

Vamos tentar?

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  1-O que define um “serial killer”, segundo o FBI?

-Assassino de pelo menos três pessoas, com intervalos

-Assassino de várias pessoas de uma vez só

-Assassino que age em bando e mata mais de três pessoas

2-Quais características predominam nos serial killers nos Estados Unidos?

-Homens brancos entre 50 e 60 anos

-Homens negros entre 15 e 25 anos

-Homens brancos entre 20 e 30 anos

3-Quais comportamentos na infância são comuns aos serial killers?

-Instrospectivos, estudiosos e medrosos

-Fazem xixi na cama, são icendiários e cruéis com animais

-Briguentos, muito apegados à mãe e preguiçosos

4-Qual o termo oficial utilizado para psicopatas?

-Distúrbio de personalidade anti-social

-Transtorno bipolar

-Psicose maníaco-depressiva

5-Que elementos são essenciais no processo de traçar o perfil de um serial killer pelo FBI?

-Identificar o modus operandi e a “assinatura” do assassino

-Identificar as características dos moradores da região do crime

-Identificar os problemas emocionais da vítima

6-O serial killer Ed Gain inspirou três famosos filmes de Hollywood. Quais foram?

-O Silêncio dos Inocentes, O Massacre da Serra Elétrica, Psicose

-O Silêncio dos Inocentes, Zodíaco, O Verão de Sam

-O Massacre da Serra Elétrica, Zodíaco, Psicose

7-O serial killer John Gacy era uma figura popular que, além de atuar como palhaço em festas de bairro, tinha qual atuação política nos EUA?

-Era delegado do Partido Republicano

-Era assistente da primeira-dama Rosalyn Carter

-Era chefe de seção eleitoral do Partido Democrata local

8-Por que os serial killers “assinam” seus crimes?

-Para enganar a polícia

-Para demonstrar respeito com a vítima

-Para obter satisfação emocional

 

Confira AQUI as respostas certas

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Um show de manipulação!

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Essa capacidade de enrolar o outro, observada na vida real,  tem sido material para a criação dos psicopatas da ficção: Dexter, Hannibal, Norman Bates (de Psicose), e tantos outros. Todos eles perfeitamente encaixados no mundo social, e tidos como acima de qualquer suspeita.

Você sabia que Chico Estrela, o maníaco do parque, era um simpático instrutor de patins? muito querido pelas crianças? pois é…

Gilmar Rodrigues , autor do livro Loucas de Amor, conta a história que ouviu do delegado que o prendeu. É um exemplo perfeito do poder de manipulação de um psicopata:

Pouco dias depois de ser preso, uma vítima sobrevivente dos ataques de Francisco pediu para vê-lo. Karina conheceu Chico Estrela no Parque do Ibirapuera, onde ambos patinavam. Convidada a ir a um  “suposto novo ringue de patinação”, no Parque do Estado, foi atacada, mas conseguiu fugir. Ela queria cobrar explicações sobre  que havia lhe acontecido.

O delegado Sergio Alves consultou o preso pra ver se ele concordava em vê-la. Chico fumava um cigarro. Sua expressão era de uma indiferença superior, arrogante, nem se importava com um grupo de pessoas que, fora do prédio, gritava “lincha”, “lincha”, “mata”! Ele concordou em ver a moça, pediu apenas para terminar de fumar.

Rodeada de policiais, para lhe garantir segurança, Karina entrou na cela. Nessa hora Chico apagou o cigarro e se voltou em direção a ela, mas não a encarou. Manteve os olhos fixos no chão, como se pesassem. Nesse momento, o delegado notou uma transformação surpreendente em Francisco. A postura arrogante cedera lugar à humildade. Era uma transformação física, até. De um homem forte e grande, ele parecia diminuir, encolher e se transformar numa criatura fraca e indefesa. Quando seus olhos levantaram e encararam sua vítima, ele tinha no rosto um olhar de abandono, de inocência. Karina olhou firme nos olhos dele:

-bonito o que você fez, hem Chico?!

-Nao, nao fui eu! não foi o Chico que você conhece!

Sem mostrar a menor hesitação, ele continuou no papel de vítima, dizendo que uma força incontrolável, independente da sua vontade, se apossava dele durante os crimes. Aquele corpo que estava ali, na frente dela, fora vítima de uma outra personalidade que o dominara -essa sim, maléfica e cruel.

Hábil em lidar com sentimentos e manipular pessoas, ele começou a esmorecer a indignação de Karina. Fragilizada emocionalmente e muito nervosa, a moça aos poucos passou do ódio à compaixão. Os olhos de sofrimento dele lhe causaram a impressão de que agora ele era um desgraçado que passaria o resto dos seus dias na cadeia. E ela sentiu pena. Não importava mais o que ele havia feito. Karina foi amolecendo, foi sendo tomada de sentimentos “bons”por ele.

O sedutor instintivo e quase irresistível a atacou e seduziu mais uma vez, queria agora o seu perdão. Os olhos de Karina se encheram de lágrimas. Ele também começou a chorar. E, aos prantos, os dois se abraçaram.

Em volta deles, os agentes observavam tudo de boca aberta!

(extraído do livro Loucas de Amor, de Gilmar Rodrigues)

 

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Oto Veiga que o diga…

Se a questão é ter o controle, exercer o poder, não há terreno mais atraente que o da política.

Oto Veiga (Aderbal Freire JR), a velha raposa do universo político, será -quem diria- mais uma vítima do nosso serial killer Edu (Bruno Gagliasso)

Moral da história? quem lida com psicopatas diz que a única esperteza é sair de perto e evitar medir forças -sendo mestres da manipulação e da mentira, eles sempre sairão ganhando!

poder

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Penalidade máxima

No Brasil crimes de morte vão a júri popular. Nos EUA há uma maneira de evitar o júri e, consequentemente, a pena de morte: a confissão.

Muitos serial killers aceitam esse acordo: confessam o que a policia já sabe, e trocam a pena de morte pela prisão perpetua.

Dennis Rader fez essa opção. E diz no tribunal:

Foi condenado a 10 prisoes perpetuas consecutivas. E sendo extremamente vaidoso, a ponto de manter contato com a imprensa para divulgar seus crimes, enquanto os cometia sob o pseudônimo de BTK, o juiz acrescentou um castigo extra à sentença: ele estará, para sempre, proibido de ler ou ver qualquer noticiário a seu respeito.

Ted Bundy preferiu arriscar e enfrentar o juri, confiante em sua habilidade como advogado e na simpatia  da opinião pública, que o acreditava inocente.

E apesar do comovente apelo de sua mãe ao tribunal que o julgou…


o juiz deu a sentença:

o crime praticado foi violento, ignóbil e atroz, e em conseqüência, em data conveniente, você será morto, através de uma corrente elétrica suficiente para provocar sua morte, e que essa corrente elétrica continue a passar pelo seu corpo, até que esteja morto.

Depois de ler o veredicto, o juiz elogiou a performance de Bundy no tribunal, lamentando o desperdicio de vida que se via ali:

você é um jovem inteligente, seria um excelente advogado, eu teria gostado muito de vê-lo advogando comigo. Mas você escolheu outro caminho:

Assista esse momento:

Se você quer ver os documentários completos de onde foram retirados esses trechos, aí vão os links:

sentença de Bundy:  Les Grands affaires Criminalles

o apelo da mãe de Bundy

BTK no tribunal,

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Ligações perigosas

O que acontece quando um psicopata, viciado em manipulação, controle e poder, encontra uma mulher com baixa estima e personalidade fluida? dessas que só conseguem construir uma identidade través de um vínculo afetivo?

Os psicopatas tem “faro”para detectar pessoas vulneráveis: são as vítimas perfeitas!   casal

Vejam o que diz a Naty (bordergirl) sobre essa dependência afetiva:

“É muito louco você olhar pra trás no seu passado e perceber que em todos os momentos marcantes de sua vida você esteve ligada a alguém em especial. Amo como suicídio, já falei. Porém não é a morte física a qual estou me referindo, é a morte do “eu”. A cada vida, a cada grupo, eu agradecia aos Deuses simplesmente por ser aceita em seu círculo. O que eu teria para acrescentar? Acho que pelo menos dei a sorte de encontrar anjos pelo caminho. Lembro-me de um Natal em que passei com a família de Renato e meu outro melhor amigo, Leandro, acabou aparecendo por lá. Ficamos os 3 no quarto, eu deitada no colo de Leandro, a gente bebendo e combinando uma saída que nunca aconteceu. Éramos os 3 sozinhos ali e eu saboreava o momento de me sentir digna de estar perto deles. Hoje eu enxergo que ambos foram meus ‘namorados’ quando eu passava meus períodos solteira. De certa forma eu não estava sozinha e se eu tentasse fazer tudo direitinho, não seria abandonada.”

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