Tag Archives | Gloria Perez

Mais uma herança bonita de Salve Jorge:

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  • Hoje
  • Olá Glória, Só temos a te agradecer pela grande oportunidade que deu a nossa favela. Estamos desenvolvendo o nosso trabalhos com muitos mais resultados do que esperávamos, pois a novela fortaleceu o conceito de que pessoas são pessoas, não importa a condição social. Tivemos o privilégio de estar ao lado de grandes atores da televisão brasileira, de conhecer como são feitas as cenas de uma novela, e além disso ainda entramos para o roteiro turístico do Rio de Janeiro. Isso que importa! Oportunidades, Oportunidades e mais Oportunidades, para quem nunca nem sonhou e receber tantas como as que você nos proporcionou. A dona da "LAJE DO PERCOÇO" , a da LAJE das festa(Miro folia e festa da Aisha) no Alemão, o Bloco do Unidos do Complexo do Alemão, a laje da Dona Daluz onde a equipe colocava a câmera para a gravar as cenas do Percoço, e todas as outras pessoas que participaram direta ou indiretamente da novela, e que são moradores do Complexo do Alemão agora fazem parte da nossa rede de empreendedores que irão aumentar suas rendas com o turismo. Isso que queremos que você saiba, que trouxe uma semente que regaremos para continuar a gerar muitas oportunidades para nossos filhos e as próximas gerações! Obrigado de coração! Ass: Mariluce Souza e Cleber Araújo (Turismo no Alemão)
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sobre protagonistas…

Conversando com Lombardi (Carlos) sobre as nossas protagonistas, ele me diz que Jade (O Clone)  foi uma vilã maravilhosa! vilã? pois é! Lombardi diz que Jade, lançando mão de todo o seu charme, ferrou com a vida de todos em volta, que era a verdadeira vilã, enquanto parecia vítima.

É um ponto de vista. Mas numa coisa concordo: minhas protagonistas tem marra, personalidade, atitude! todas elas são destemidas, rompem barreiras e não fogem dos riscos.

Nunca simpatizei com as mocinhas tradicionais -sofredoras e passivas. Minhas protagonistas sofrem e fazem sofrer. Sofrem muito, mas sofrem as consequências de suas próprias escolhas -elas comandam a ação. Se encontram vilões pelo caminho, isso já é secundário -todas  foram com as próprias pernas ao encontro dos seus "dragões".

 
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Mensagem de despedida do último capítulo

​À DIREÇAO, PRODUÇAO, ELENCO, TECNICA, PESQUISADORAS E TODO O PESSOAL QUE CONTRIBUIU PARA QUE ESSA HISTORIA FOSSE CONTADA.

DIVERTIMOS, QUEBRAMOS TABUS E OUSAMOS, APRESENTANDO PELA PRIMEIRA VEZ, EM NOVELAS, O TEMA DO TRÁFICO HUMANO E UMA PROTAGONISTA FAVELADA E PROSTITUIDA.

NOSSA NOVELA TEVE FORÇA PARA INTERFERIR NA REALIDADE, RESGATANDO PESSOAS ESCRAVIZADAS, E FICA COMO UM ALERTA, PARA QUE OUTRAS NÃO VENHAM A TER O MESMO DESTINO

É UM TRABALHO QUE, COM CERTEZA, HÁ DE TRAZER MUITAS ENERGIAS BOAS PARA NOSSAS VIDAS E DO QUAL MUITO HAVEREMOS AINDA DE NOS ORGULHAR.

PARABENS A TODOS. E OBRIGADA SALVE JORGE! Gloria Perez
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Janete Clair e seus críticos

Todo mundo sabe que Janete Clair foi o maior nome da nossa dramaturgia televisiva. Não apenas pela maravilhosa capacidade de fantasiar, de imaginar, como pelo fato de que tinha inteiro e total domínio do gênero a que se dedicou: o folhetim.E nenhum pudor em lançar mão de todos os seus recursos.

Devemos a ela não apenas as histórias que permanecem no imaginário popular, personagens de quem nos lembramos como fazendo parte da nossa vida. Devemos a ela a estrutura de novela que todos fazemos hoje. Com Janete, as novelas deixaram de ser escritas a metro: ela deu unidade ao capítulo, concebeu cada capítulo como um espetáculo que se fechava em si.

Uma mestra. Hoje a gente ri daquelas criticas desqualificando e ridicularizando sua obra. Encontrei duas, mas dá pra fazer uma idéia. E vale a pena ler, porque elas se repetem tanto!   🙂

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Sentença de Mizael

CORPO DE MERCIAO Juiz que presidiu o Júri que condenou Mizael chamou atenção, na sentença, para uma carência muito grande da legislação brasileira: a inclusão do crime de perjúrio no nosso Código Penal.

O dispositivo da Constituição que assegura ao cidadão o direito de não fazer prova contra si mesmo deveria significar que ele pode permanecer em silencio, mas entre nos isso tem sido, na prática, o direito de mentir e tentar enganar a justiça: a lógica do vence o mais esperto.

Assassinos contam quantas versões lhes sejam convenientes, e não hesitam em caluniar a vítima: Mércia Nakashima foi chamada de garota de programa, e levantou-se a suspeição de que estaria ligada ao tráfico de drogas. Nada disso se precisou provar, e ficou tudo no pacote do tal "direito de defesa", sem chance de se cobrar depois.

O correto seria que o perjúrio significasse aumento de pena.    
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Edificio London: exibiçao proibida

A justiça acolheu o pedido da Ana Carolina, mãe de Isabella Nardoni, e proibiu a encenação de Edificio London, uma peça teatral sobre o assassinato da criança.

Como de praxe, o assunto se transformou numa polêmica sobre a liberdade de expressão.

Dou razão à mãe da Isabella: a liberdade de expressão é um direito muito caro a todos nos e duramente conquistado, mas os direitos individuais não são menos importantes e também estão resguardados pela constituição.

É muito doloroso para a família  ver aquela tragédia transformada numa encenaçao teatral que, como todo espetáculo, nao terá  compromisso em se ater à verdade dos fatos. Faltou sensibilidade. É o que eu penso
Leia sobre a polêmica AQUI
 
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Ana Lucia- fala uma traficada

Esse é um trecho de depoimento gravado com câmera de mão, durante a minha pesquisa. A qualidade do video é ruim, mas interessa a mensagem. Semana passada, emocionada com a cena da morte da Jessica, Ana Lucia resolveu gravar para a novela um depoimento que foi ao ar hoje.

Ela foi traficada para Israel em 1998. Numa situação financeira difícil, com filhos pequenos e desempregada, aceitou uma proposta de emprego para trabalhar durante 8 meses numa lanchonete, em Israel.

O salário, 1.200 dólares  -mais as gorjetas, prometia a aliciadora que ela e a amiga Kelly conheceram num pagode.Atraídas pela possibilidade de uma melhoria de vida que lhes garantisse o futuro, elas foram: não havia nenhuma pizzaria -era prostituição.

Tomaram seus passaportes e as mantiveram em cárcere privado, sob ameaças.

Numa operaçao conjunta da Policia Federal brasileira com o governo de Israel,o local foi invadido.A operação resgatou Ana Lucia. mas Kelly foi morta exatamente como Jessica: com uma seringa. Injetaram droga em seu pescoço e largaram seu corpo num beco, nu e com o passaporte em cima

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Respondendo aos curiosos

fugaAlgumas pessoas escrevem perguntando a respeito da fuga de Morena e Jessica pelo ar condicionado: porque Morena passou tão fácil e Jessica ficou entalada? Como é possível que a curiosidade seja de mais gente, resolvi responder aqui.

Quem me contou os detalhes dessa fuga foi a Bibi Perigosa, ex do Barão do pó da Rocinha, que escapou espetacularmente de Bangu 1 exatamente dessa maneira.

Sendo pequeno o buraco do ar condicionado, o famoso Barão do pó teve que ter a ajuda dos amigos, uma vez que tinha de passar com as mãos coladas no corpo. Os outros ocupantes da cela o empurravam, até que ele pudesse liberar as mãos.

Por isso Morena passou mais rápido: Jessica empurrava seu corpo. Quando foi sua vez, Morena só podia ajuda-la de modo mais complicado -puxando pelos ombros.

Capisco?

 
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Salve Jorge: mais repercussão lá fora

Agora o convite vem da Austria. Vejam: Prezada Gloria Perez,

Temos um trabalho focado na educação, cultura e integração social em assistencia a comunidade Brasileira em Viena, Austria. Temos o CIMIBE, Comitê Internacional de Apoio a Mulheres Brasileiras no Exterior.

A nossa prioridade é a mulher, e o combate contra a violência doméstica e turismo sexual. Venho acompanhando a novela Salve Jorge e sei que sua presença será muito importante diante da comunidade e autoridade austríaca, Brasileira presente na Austria.

Venho por meio desta formalizar o convite a sua pessoa para participar do painel de Gênero, proferindo palestra sobre o papel da novela Salve Jorge e contribuição social da mesma em prol de consciêntizar o Governo Brasileiro

Na certeza de contar com seu apoio. Queila Rosa
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Mau jornalismo

Mustafa Goktepe dirige o Centro Cultural Brasil-Turquia em São Paulo e tem sido um parceiro e tanto para Salve Jorge.

Ingenuamente,  procurado pela revista VEJA, caiu na cilada daquelas entrevistas que o reporter traz pronta, e só precisa do encontro para colher uma aspa que legitime idéias que são dele, e não do entrevistado.

Mustafa me escreveu indignado, repassando a carta de protesto que fez para a revista! E eu repasso pra vocês. Coisa feia, gente! Caro Ricky da Veja Sao Paulo,
 Depois de ler a reportagem no Terraço Paulistano na revista Veja Sao Paulo desta semana, achei que é necessário enviar esta nota de esclarecimento. 
 
Acredito que tenha gravado a conversa, pode escutar novamente que em nenhum momento eu disse algo de crítico sobre a autora da novela. Eu disse que, por se tratar de uma novela e não um documentário ou um programa turístico de apresentação de países, não tínhamos expectativa de propaganda ou divulgação direta de nosso país. Isso não deveria ser interpretado como a autora, Gloria Perez, apresentaria coisas diferentemente da realidade. 
 
Também não disse que dei aula para o elenco. Disse que estivemos no workshop, visitamos a equipe na Capadocia, visitamos os cenários e gostamos muito da semelhança com os originais e enviamos algumas expressões de idioma e dicas sobre cultura. Tivemos algumas reuniões com Sra. Gloria e a equipe.
Eu falei dezenas de coisas que elogiavam a novela, filmagens maravilhosas da Turquia nas lentes das câmeras da Globo, expressões e cenários. Também critiquei alguns pontos, como quebra de garrafa, a não-concordância do protagonista com nome da novela e apresentação parcial da cultura apenas através de duas famílias bem distintas.
 
Lendo a reportagem, dá idéia de eu não ter falado nada positivo. Parece-me terem sido escolhidas as poucas partes de criticas e não o modo geral da minha entrevista, que foi muito mais positiva.
 
Eu compreendo que o espaço é pequeno e que podem usar uma parte da conversa na revista. Mas isso não justifica a seleção parcial da conversa, limitada com criticas e não falar nada das outras partes.
 
Atenciosamente.
 
Mustafa Goktepe
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O efeito Morena

Quando criei a sinopse de SALVE JORGE e fiz de MORENA sua protagonista, sabia que estava comprando uma polêmica e tanto, porque era a primeira vez, na história das novelas, que uma típica garota classe C, nascida e criada numa favela, com os valores e os hábitos de uma favela, protagonizava. E em horário nobre! Uma ousadia e tanto.

Por isso foi tão importante, para mim, a escolha da atriz que a representasse. E tão feliz a opção pela Nanda Costa. Nanda tinha uma carreira sólida no cinema, alguns prêmios de melhor atriz no Brasil e no exterior, e trazia ainda a vantagem de ser um tipo genuinamente brasileiro e rosto pouco conhecido do público de TV, já tão cansado das repetições que nos, autores, também gostaríamos de poder evitar.

MORENA não é uma garota do subúrbio, um tipo que todos já nos acostumamos a ver desde sempre em todas as novelas. Ela vem do morro. Cresceu no fogo cruzado da policia com os traficantes,aprendendo a viver sempre em guarda,se protegendo de balas que podiam chegar de qualquer lado. Cresceu na batida do funk, no território da sexualidade precoce. Filha de mãe adolescente, foi mãe adolescente também -teve seu filho aos 14 anos, com um namoradinho que conheceu no baile funk. "Filho do fervo", as meninas do Alemão resumiriam.

No seu mundo, tudo é luta. Ela está sempre alerta para se defender, seja da policia, seja dos bandidos, seja dos preconceitos do pessoal do asfalto,onde essas meninas são sempre discriminadas: olhadas com desconfiança e logo associadas a traficantes. Elas sabem disso, elas vivem isso no seu cotidiano. Então precisam de marra pra sobreviver. E não abaixam a cabeça. Enfrentam o preconceito sem se sentirem menores, conscientes de que nao tem culpa de terem nascido num pedaço da cidade que o Estado abandonou e deixou que o crime ocupasse.

Quem representa, em SALVE JORGE, o estranhamento que elas provocam quando convivem com outras classes sediadas no asfalto é dona Aurea, a mãe do capitão THEO. Ela gostaria de MORENA e enxergaria grandes qualidades nela, se  nossa personagem tivesse se mantido em seu quadrado. Mas Morena ultrapassou os limites do tolerável quando invadiu o espaço de dona AUREA, interferindo no namoro do capitão com uma moça "à sua altura".

Dona Aurea expressa esse preconceito velado, tão característico nosso: "mas com meu filho, não". Numa versão racista seria aquele célebre "tenho até amigos negros", e na homofóbica "tenho até amigos gays"

Tomara que Salve Jorge suscite nas pessoas essa reflexão: todos enxergam sempre com muita simpatia os moradores das favelas e o fato de que, hoje, tenham acesso a bens de consumo, possam fazer viagens e comprar os mesmos eletrodomésticos que a classe média pode comprar. Mas e quando eles derrubam os muros e chegam pra fazer parte da sua vida?

Essa é a questão que proponho discutir através da personagem MORENA

 
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Vera de Acari, a Antígona brasileira

Está nos jornais de hoje: 20 anos depois, os "cavalos corredores", reus no processo da chacina de Acari, vão finalmente a julgamento.

Vera de Acari,  amiga querida, mãe guerreira, que perdeu a saúde e o muito pouco que tinha em busca do corpo da filha Cristiane, não está mais entre nos, para ver esse pouquinho de justiça sendo feita.

Durante muitos anos estivemos juntas, lado a lado, irmãs na dor maior que é a de perder um filho. Eu vi alguma justiça ser feita. Justiça capenga, mas a que era possível: Vera não viu nenhuma!

Ela teve a filha, Cristiane, assassinada junto com outros jovens da comunidade de Acari, e lutou como lutou Antígona, pelo direito de enterrar seu corpo.

Ninguém que não tenha convivido com Vera poderá supor de quanta garra e de quanta força essa mulher foi capaz. Pobre, doente,  vivia em romaria, cobrando investigação.  Chegou a cavar, com as próprias mãos, cemitérios clandestinos, quando as autoridades se recusaram a fazê-lo.

Formava, junto com as mães dos outros jovens assassinados na mesma ocasião, o grupo que ficou conhecido como Mães de Acari.

Lembro uma das vezes que vieram jantar aqui em casa, e me contavam, desesperadas, sobre a última descoberta da polícia: um sítio onde seus filhos teriam sido atirados aos leões criados ali, de modo a que nada restasse das vítimas

Vera se fazia querida onde chegasse. Sábia, generosa, solidária, conquistava a todos com sua fala emocionada e inteligente.

Será inesquecivel não só para quem compartilhou de sua luta, mas com certeza para todos os Ministros da Justiça que, ao longo desses anos, ocuparam o cargo e a receberam muitas vezes em seu gabinete.

Morreu carente de tudo, sem nenhuma assistência do Estado que tanto lhe devia. Ela não lutou por pensões, não lutou por mais nada: só queria enterrar sua filha! e não conseguiu! CLIQUE AQUI para ler a notícia
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E o prefeito tombou!

Não vamos perder nossa gafieira mais tradicional: o prefeito foi sensível e a Estudantina foi tombada: o Rio agradece!
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