Morte em Veneza: o drama da vida real

Quem não se lembra do Tadzio, de Morte em Veneza? o adolescente que encarnou o ideal de beleza que apaixona, confunde  e leva à morte o músico  Aschenbach?

É irônico, mas na vida real, o destruído mesmo pela beleza de Tadzio foi seu intérprete, o menino sueco Bjorn Andrésen, que tinha só 14 anos quando fez o filme que o transformou em objeto de desejo no mundo inteiro.

Quando Visconti o escolheu ele estudava música, morava com o padrasto e tinha, naturalmente, expectativas muito mais modestas na vida.  Depois de Morte em Veneza tentou seguir a carreira de ator, lançou-se como cantor, mas não teve nenhum sucesso: havia-se tornado prisioneiro de Tadzio.

Há casos assim, em que a personagem aprisiona o intérprete, torna-se uma camisa de força que o impede de seguir adiante.  Bjorn conta que não importava o que ele quizesse mostrar: todas as platéias só esperavam e queriam ver "o menino mais bonito do mundo", que Visconti havia imortalizado.

Estava lendo uma entrevista dele, de 2005, quando completou 50 anos. Bjorn não tem boas lembranças daquela época, muito menos do filme.  Está certo de que teria sido mais feliz se não o tivesse feito, e confessa que se sentiu traído por Visconti, porque filmou sem ter nenhuma noção da temática homossexual de Morte em Veneza, que o perturbou a ponto de interferir em sua sexualidade.

Acaba a entrevista  com uma frase amarga, mas bem verdadeira:

Todos procuram o menino mais bonito do mundo e só encontram o menino mais velho do mundo!

Aqui está ele, aos 52 anos:

10 Responses to Morte em Veneza: o drama da vida real

  1. lgolba setembro 8, 2010 at 12:02 am #

    historia acida
    maktub?

  2. Rodrigo setembro 8, 2010 at 12:44 am #

    Gosto da música do filme. Aqui: http://www.youtube.com/watch?v=0T7giFZ8kjA&feature=youtube_gdata_player

    @rodcunha

  3. Luiz setembro 8, 2010 at 3:16 am #

    Claro dona Gloria e porque vc nao coloca o verdadeiro motivo dessa tristeza … Você nao leu a parte em que ele Foi violado pelo proprio visconti e toda sua equipe.

  4. Edson de Sousa setembro 8, 2010 at 2:59 pm #

    Glória Perez, adoro seus trabalhos. Você arrebentou em Caminho das Índias. E imagino que você já esteja trabalhando em um novo trabalho. Gostaria de sugerir que você escale Sonia Braga para seu próximo trabalho. Que tal? Ela é internacional e vai fazer uma excelente protagonista. Que acha. Beijos. Sucesso e rumjo ao próximo Emmy. Te adoro.

  5. Teresa setembro 9, 2010 at 11:10 am #

    É…quem sobrevive da ficção tem que ter muito Deus, e mente muito sã para separar e tocar sua vida…sei que é o que todo mundo diz….mas…é a verdade

    Sejamos bem vindos à realidade…

  6. jorge fortunato setembro 28, 2010 at 6:53 pm #

    Glória
    Morte em Veneza esta na minha lista dee filmes favoritos. Sempre que posso gosto de rever. É um filme arrebatador. E que música. Quanto ao ator, realmente nãod eve ter sido fácil.
    Será que é verdade esta história do comentáriod o Luiz?
    Abraços

  7. Joao Batista Santos outubro 3, 2010 at 5:20 pm #

    Pobre menino bonito… Esse relato sobre o sueco Bjorn Andrésen, me fez lembrar do pequeno Fernando Ramos, que interpretou o Pixote, do cineasta Hecto Babenco. O estigma e o drama é idêntico.

  8. watch movies online free fevereiro 4, 2011 at 9:58 am #

    Eu faço excelente proveito da informação que você provê em seus artigos. Eu irei marcar seu blog e voltar periodicamente. Tenho certeza que vou aprender bastante do material que tem aqui.

  9. Fabio agosto 24, 2014 at 9:38 am #

    Quisesse

  10. marcos maurício mendes lima agosto 28, 2014 at 4:23 pm #

    O escandinavo Bjorn, está com a aparências melhor do que a minha. Pelo menos ele não ficou careca como eu…

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